Resumo do mês de maio
Este tipo de texto acaba por ser uma melhoria daquilo que tinha feito no mês anterior, intitulado por “descobertas do mês”. Estive a reflectir e mais vale falar sobre o mês no geral, em vez de apenas as “descobertas”, pois muitas nem eram descobertas. Então aqui vamos!
Vou dividir por secções:
- Concertos e festivais
- Mais ouvidas
- Descobertas
1. Concertos e festivais
Maio foi um mês bastante rico em concertos, tanto pela
qualidade como pela diversidade sonora.
Eyehategod
(Sludge
Metal)
Reis e um dos nomes fundadores do Sludge Metal. São uma das
melhores bandas para se mergulhar no som pantanoso de Nova Orleães. É distorção
e feedback até dizer chega, sempre com uma forte mensagem nas suas letras, que
no fundo descrevem os problemas do quotidiano dos residentes daquela região,
que acaba por se refletir em tantos outros pontos do globo.
Esta tour que passou pelo RCA Club em Lisboa, foi uma ótima
oportunidade para os fãs e para quem quisesse conhecer o seu trabalho, pois
acabaram por fazer um périplo pela sua discografia.
O sludge acaba por ser um género que funde Doom com o
Hardcore, daí o seu som arrastado e lento, que depois é adornado com um estilo
de canto retirado do Hardcore quase vociferado, sempre com uma agressividade
característica que se coaduna com a violência dos temas abordados.
Para fãs de: Mastodon, Melvins e Black Flag
Benighted
(Death/Grind ou Brutal Death Metal)
Esta banda francesa de Brutal Death Metal ou Death/Grind
sabe como dar um espetáculo. O seu som é brutalíssimo, e não faz reféns. Musica
pesada e rápida, e com as temáticas clássicas do género. Muito bem dispostos em
palco, sempre a interagir ao máximo, com uma plateia que estava louca por mosh
pits e crowd surfing.
Death Metal do mais puro que existe, só que levado ao extremo
em termos de som e de velocidade, que só de escrever até arrepia.
Para fãs
de: Cattle Decapitation, Dying Fetus e Cannibal Corpse
Downfall
of Mankind
(Deathcore)
Um dos grandes nomes nacionais do Deathcore. Banda com uma
energia formidável, que parece nunca ter fim enquanto estão em palco. Com uns
breakdowns que nos partem a coluna cervical de tão obsceno e pesado que ressoa
nos nossos tímpanos. Acrescenta-se o facto de incluírem elementos sinfónicos
com sintetizador e canto lírico, que ao ser descrito aqui poderá parecer
estranho, contudo se forem ouvir vão perceber a beldade que é esse resultado
final. E claro a versatilidade do vocalista que consegue produzir uma gama de
sons absurdamente enorme.
Para fãs de: Lorna Shore, Whitechapel e Carniflex
30 Seconds to Mars
(Indie
Rock ou Rock Alternativo)
Banda de adolescência, e uma daquelas que tinha de ver
eventualmente. Pois bem, foi este ano. Tocaram os clássicos, pelo que valeu a
pena, atendento ao meu objectivo pessoal, que no fundo era uma celebração
nostálgica, era um voltar atrás no tempo.
Banda de rock alternativo, que foi metamorfoseando a sua
sonoridade ao longo dos diversos anos, incorporando elementos mais industriais,
e de eletro-pop.
Para fãs de: Muse, Placebo e Breaking Benjamin
Alvalade Arise 2024
Não vou esconder que este é um festival pelo qual nutro um
certo carinho, e como tal, apesar de não conseguir ter estado no primeiro dia,
fiz questão de estar presento no segundo dia. E que dia!
O festival contou bandas como Crab Monsters, Vil, Besta,
Rageful, Web, Processo of Guilt, Bizarra Locomotiva e Capela Mortuária, entre
outras.
Respira-se sempre um ar diferente neste festival, e deixo
como recomendação para 2025 (que já tem data marcada para os dias 23 e 24 de maio), se vos for possível, que incluam no vosso roteiro
de fests.
Na minha opinião a banda que partiu tudo foram os Capela
Mortuária, apesar de se terem apresentado apenas com 1 guitarrista. É Thrash
Metal moderno com sabor a clássico, com uma perícia técnica da parte de todos
os elementos, que deixa qualquer um rendido.
2. Mais ouvidas
Aquelas bandas que simplesmente não consegui parar de ouvir
durante esse mês.
Paradise Lost
(Death/Doom e Gothic Metal)
Esta foi a banda mais ouvida no mês de maio. Uma banda que
recomendo vivamente a todos, independentemente do seu gosto, porque
eventualmente haverá algum álbum que se irá encaixar. Desde do seu inicio de
puro Death/Doom, passando por uma transição suave para o Metal Gótico,
quebrando a linha ténue entre o Rock e o Metal Gótico, passando por uma fase
mais synth-pop e eletro-pop, voltando nos últimos trabalhos àquilo que fazem
melhor, na minha opinião, uma mistura de Death/Doom com Gótico.
Para fãs de: Katatonia, My Dying Bride e Tiamat
Álbuns a destacar: Icon, Gothic e Obsidian
Machine Head
(Groove Metal
e Nu Metal)
Uma daquelas bandas que me apaixonei há uns anos, que de vez
em quando mergulho lá novamente, e por estranho que pareça soa-me sempre a
novo. O bom de ouvirmos muita música e diferente, é que quando voltamos aos
clássicos acabamos sempre por reparar em algo novo, que numa primeira passagem
poderia ter passado despercebido, ou ter sido entendido como algo de somenos
importância.
Uma das bandas porta-estandarte do Groove Metal, que após os
seus 2 primeiros álbuns acabaram (para desagrado de muitos) por surfar a onda
do Nu Metal, tendo incorporando elementos de Hip Hop no seu som. Incorporaram
mais à frente elementos de Metalcore. Independentemente dos gostos dos géneros,
há uma coisa a dizer, é que Machine Head consegue incorporar essa miscelânea
sonora, e o resultado é muito bom e agradável aos ouvidos.
Para fãs de: Pantera, Lamb of God e DevilDriver
Álbuns a
destacar: Burn my Eyes, The More Things Change… e The Blackening
Kreator
(Thrash
Metal)
Um dos big 4 do Teutonic Thrash Metal, valerá a pena
acrescentar mais? Thrash Metal rápido e muito destrutivo, sempre com temáticas
muito sombrias. Os seus primeiros álbuns roçam o Death e o Black (daí estarem
sempre na lista de influências de bandas que criaram os géneros), passam por uma
fase mais “comercial”, e voltam ao Thrash Metal, no entanto de uma forma mais
melódica. O seu trabalho é enorme, a sua sonoridade é rica e tudo isso só
superado pela ciclópica influência na música extrema a nível mundial.
Para fãs de: Slayer, Sodom e Destruction
Albuns a
destacar: Violent Revolution, Coma of the Souls e Hordes of Chaos
At the
Gates
(Death Metal e Melodic Death Metal)
Uma das bandas mais influentes do Death Metal Melódico ou
Melodeath. O seu álbum ‘Slaughter of the souls’ é tido como um dos mais
influentes da 2ª onda de Metalcore, ou Metalcore Melódico. É uma das bandas
responsáveis pelo carimbo de “Som de Gotemburgo”. O seu início foi como quase
todas as bandas de metal sueca na altura, ou seja, puro Death Metal (com um som
mais Old School atendendo à época). Quase tudo mudou para muitas bandas de
Gotemburgo quando os Carcass lançaram o ‘Heartwork’, que tiverem neste trabalho
basicamente uma fórmula de sucesso. Há outras coisas que explicam o porquê de
tantas bandas suecas terem uma forte componente melódica na música que
produzem, todavia esse trabalho dos Carcass não pode ser descurado.
Para fãs:
Arch Enemy, Hypocrisy e Children of Bodom
Álbuns a
destacar: Slaughter of the souls, Terminal Spirit Disease e The Nightmare of
Being
Avenged Sevenfold
(Metalcore)
Esta é uma das bandas que me fez vir parar ao Metal por
volta de 2005. Muito graças a um jogo de PlayStation 2 chamado de Need For
Speed: Most Wanted, que continha um tema da banda que eu me lembro de ouvir
vezes sem conta ‘Blinded in Chains’.
A banda é um clássico do Metalcore, mais concretamente a 2ª
onda, que começou a incorporar os sons mais melódicos dos riffs estabelecidos
pelas bandas de Melodeath (tendo sido o álbum Slaughter of the Souls dos At
Gates o principal impulsionador). O seu som foi mudando ao longo dos anos, o
que fez muita gente afastar-se. Atualmente, eu diria que estão algures nos
Metal/Rock Progressivo. E apesar de muita gente não gostar, eu na verdade gosto
de quase tudo o que lançaram, até mesmo dos 2 últimos trabalhos que foram
vincadamente criticados. Para mim são uma banda do coração, da adolescência e
de transição para o mundo da música extrema.
Para fãs
de: Killswitch Engage, Trivium e Bullet for my Valentine
Álbuns a
destacar: Avenged Sevenfold, Hail to the King e City of Evil
Blackbraid
(Black
Metal)
Do melhor Black Metal moderno feito nos últimos tempos. É atmosférico,
é melódico, é negro é lindo. Boa entrada no Black Metal para quem (como eu) não
gosta assim tanto das bandas de som mais cru, apresenta uma forte influência
nas bandas dos anos 70 e 80 do metal mais clássico, como Iron Maiden e Motorhead
(numa cadência mais melódica). Contudo, bem alicerçado no Black Metal como
Bathory, Immortal e Venom (se quiserem categorizar Venom como Black Metal).
Existem apenas 2 álbuns, até à data, mas são duas
obras-primas obrigatórias para qualquer fã, não só do Black Metal, como da música
extrema no geral. Com solos e linhas de guitarra que nos fazem estremecer, e
uma atmosfera potente e hipnótica.
Para fãs de: Mgla, Uada e Gaerea
Álbuns a destacar: Blackbraid I e Blackbraid II
3. Descobertas
Este também foi um bom mês para descobrir novas músicas.
Algumas até tenho vergonha de dizer que só agora é que me debrucei sobre elas, porém
como diz o celebre dito português: mais vale tarde do que nunca. Sem mais
demoras aqui vamos!
Mercyful Fate
(Speed Metal, Heavy Metal e Black Metal)
Ao contrário de muitos, talvez, eu comecei por ouvir King
Diamond já na sua versão a solo, e só depois é que entrei no mundo de Mercyful
Fate. Ainda não consegui ouvir com o detalhe que merece, mas a banda é poderosíssima
com um som bruto, melódico e sombrio. E o range vocal de King Diamond torna os
melhores vocalistas do mundo num grupo de invejosos.
O seu som muitas vezes acaba por ser colado na estante da 1ª
onda de Black Metal (acho que muito mais devido à estética e conteúdo das
letras, do que o som propriamente dito, todavia isto é a minha opinião pessoal –
semelhante à que detenho em relação a Venom – mas isso é uma outra discussão),
só que acho que encaixa muito mais num Heavy Clássico, Speed ou até mesmo num Thrash.
Para fãs de: Venom, Judas Priest ou Celtic Frost
Álbuns a destacar: Don’t Break the Oath e Melissa
Avantasia
(Power
Metal e Metal Sinfónico)
Ficou na lista, pois passava pelos planos de junho de os ver
ao vivo. Acabei por descobrir a banda sem os ver ao vivo. Posso, ainda assim, afirmar
que valeu pena conhecer a sua música. Eu sou fã de Power Metal, então fazia
sentido conhecer este som. Muito melódico e muito rápido, com ganchos que nos
ficam na cabeça e letras catchy (obviamente) que ficamos a entoar ao fim de
ouvirmos o refrão 1x.
Acho que os fãs de música Pop ou dos clássicos dos anos 80
irão ficar deliciados tanto como os fãs do Power Metal. Isto deve-se ao
conjunto de covers feitos de músicas "conhecidas" (caso dos ABBA com 'Lay all your love on me’). De alguma forma a sua sonoridade assemelha-se a Amaranthe, mas com uma
maior incidência no campo sinfónico, e não tanto no lado mais eletrónico.
O projecto é de grandes dimensões e já contou com a participação
de grandes nomes da música.
Para fãs de: Helloween, Angra e Amaranthe
Álbuns a
destacar: Lost in Space Chapter 1 & 2, Moonglow e The Mystery of Time
Sylosis
(Thrash Metal, Melodic Death Metal e Metalcore)
O nome não me era estranho, e depois apercebi-me que os
tinha visto em 2022 no VOA. Não dei atenção na altura, e por alguma razão
surgiu no Spotify e fui ouvir. Deveria ter dado mais atenção em 2022… O seu som
é muito forte. Riffs e solos brilhantes sempre a uma velocidade estonteante. O
facto do seu som se passear por diversos géneros torna a experiência ainda mais
rica e mais interessante. O seu som sofre uma evolução ao longo dos álbuns, contudo
é possível encontrar um álbum para quase todos os gostos.
Para fãs de: Trivium, Orbit Culture e The Black Dahlia
Murder
Álbuns a
destacar: Conclusion of an Age, Monolith e Cycle of Suffering
Este texto já vem um bocadinho atrasado, ainda assim fui
convencido a lançá-lo à mesma, até porque parte já tinha sido escrito há mais
de um mês atrás.
Espero que gostem. E sugiram-me mais bandas para ouvir por favor!
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