Descobertas do mês de abril

Lembrei-me de criar algo deste género, para no fundo partilhar aquilo que foram as bandas que acabei por descobrir. Descobrir é uma palavra poderosa, e vou acabar por incluir aqui as redescobertas também. Vou tentar explicar.

Descobrir, no sentido de que nunca tinha ouvido falar, ou seja, o primeiro impacto com a banda. Redescobrir, no sentido de que já tinha ouvido qualquer coisa da banda, mas nunca tinha dedicado tempo suficiente para apreciar, ou simplesmente quis voltar a mergulhar os meus tímpanos lá.

De forma a não tornar isto demasiado complicado, tanto para mim, como para quem eventualmente vá ler, decidi colocar apenas um top 5. Top de bandas, álbuns e músicas, podendo ocorrer redundâncias naturalmente. Havendo espaço para o material nacional.


Top 5 bandas de abril


Saint Vitus

Uma das bandas mais influentes do Doom Metal. A minha descoberta por esta banca ocorreu pela minha curiosidade pelo Doom. Não sendo um grande conhecedor de tudo, porém digamos que sou um simpatizante por quase todo o Metal. Acabei, no entanto, por me aperceber que este é talvez o género de que menos estou familiarizado.

Portanto, se nunca ninguém tivesse ouvido Doom na vida, basicamente, qualquer música destes senhores serviria para amostra. Riffs arrastados e distorcidos, um baixo dedilhado (quase de certeza), uma bateria que nos mantém acordados apesar de toda a atmosfera, e uma voz profunda que nos conduz pelo abismo. As temáticas são diversas, todavia coadunam-se perfeitamente com o som produzido pelos instrumentos. Em suma, quase tudo nos faz lembrar Black Sabbath. Há uma evolução tanto na produção de som como na qualidade de composição. E o facto de terem mudado de vocalista não passa despercebido.

Para fãs de: Black Sabbath, Pentagram e Trouble

Álbuns a destacar: Born to Late e Saint Vitus


Cirith Ungol

Uma banda que pisca o olho ao Doom, ao Power ou ao Heavy Metal. Uma banda que se calhar estava à frente do seu tempo, e que por isso pode ter passado de despercebido. O seu som é bastante encantador, e relembra algo como Candlemass com Manowar e Iron Maiden, tudo junto resultando num som sublime. Acabei por cair nesta banda na minha busca pelo Doom, e acabei por conciliar o meu gosto pelo Power Metal (e sim eu gosto muito de Power Metal).

Riffs que se passeiam entre a lentidão a la Black Sabbath e a seu rigor ao Doom, mas também pela velocidade do Power Metal como Manowar. A voz é ‘épica’ e faz-nos lembrar logo de Candlemass, e o seu nome da banda advém do mundo de fantasia do Tolkien (valerá a pena dizer mais?). E tem NWOBHM por todo o lado! Em suma é uma banda para quem gosta de gostos diversos e que sem dúvida se irá divertir como eu me diverti. 

A banda estará este ano em tour e após essa volta ao mundo irá oficialmente terminar (sem passagem marcada por Portugal infelizmente).

Para fãs de: Manowar, Candlemass e Iron Maiden

Álbuns a destacar: King of the Dead e Frost and Fire


Eyehategod

Ao andar pelas águas mais lentas do Doom acabei por cair no Sludge dos Eyehategod. Este é um dos nomes mais importantes do movimento de Nova Orleães, e de todo o Sludge no geral.

Portanto, pegue-se em Doom e mescle-se com Hardcore = Sludge! E os EHG fazem-no de forma perfeita. Os seus álbuns ouvem-se bastante bem, e facilmente se aprecia se forem fãs do género, ou de Stoner ou Doom, e acredito que para quem é do Hardcore também encontrará aqui algo interessante.

Em suma, para todos os que gostam de Doom contudo com alguma atitude e agressividade adicional, bastante presente no Hardcore. 

Não esquecer que banda vai atuar já nesta sexta dia 3 no RCA, em Lisboa.

Para fãs de: Melvins, Mastodon e Kyuss

Álbuns a destacar: Take as needed for Pain e Dopesick


Darkthrone

Eu não sou um fã de Black Metal, o que poderá até surpreender algumas pessoas. Eu mergulhei tarde no Black Metal, e há muita coisa da 2ª onda do movimento que ainda hoje me passa ao lado. Eu conhecia muito pouco de Darkthrone, e acabei por ir descobrindo, ao longo destes meses, a banda graças a Hellripper (que cita como uma das suas maiores influências, em particular naqueles álbuns de Blackened Crust ou Blackened Thrash). Bom acabei por ouvir tudo e gostar de quase tudo. É uma das bandas que mais muda álbum após álbum, o que tornou a sua descoberta ainda mais animadora.

O seu início é Death Metal, e depois muda completamente para o Black Metal. Dá uns mergulhos no som mais melódico do NWOBHM, mistura Speed, Thrash e Punk, sem nunca esquecer os seus alicerces no Black. O que me chamou a atenção foi o facto de não darem um concerto ao vivo desde 1996, o que explica a sua extraordinária produção de álbuns (são 21 se não estou em erro) dado que não perdem tempo em tour.

Para fãs de: Watain, Satyricon e Hellripper

Álbuns a destacar: Transilvanian Hunger e Panzerfaust


Cynic

Eu sou um fã de Death! Death é talvez das melhores bandas, na minha opinião, independente do género musical. A sua influência é estrondosa e toma proporções, na minha opinião, ao nível de Black Sabbath, Iron Maiden, Slayer e Metallica. E como vieram cá os Pestilence, bom acaba por ser quase algo automático perceber que essas duas bandas mais os Atheist e Cynic formam o chamado Big 4 do Death Metal Progressivo.

Cynic tem pouco material (o que torna fácil a sua descoberta), porém aquilo que tem é puramente belíssimo. Desde um som claramente no Death Metal Progressivo, devido às suas complexas composições até a algo mais no Rock Progressivo, onde a agressividade é substituída por camadas de melodias e harmonias tão labirínticas, todavia tão lindas.

O baixo fretless do Sean Malone é das coisas mais maravilhosas de se ouvir. Os temas são bastante esotéricos e espirituais, o que é bastante interessante. Em suma, uma das bandas que criou a base para o Death Metal Técnico, tanto em termos de composição como de temáticas.

Para fãs de: Death, Opeth e Pestilence

Álbuns a destacar: Focus e Traced in Air


Top 5 álbuns de abril

 

‘Born to Late’ dos Saint Vitus

Simplesmente uma obra-prima do Doom Metal, é um must para quem gosta do género.

Música a destacar: Born to late

Ouve aqui!


‘Focus’ dos Cynic

Um dos melhores albuns que já tive oportunidade de colocar os tímpanos. Puro, complexo e sublime.

Música a destacar: Veil of Maya

Ouve aqui!


‘Portal of I’ dos Ne Obliviscaris

Relembrar que banda vai estar cá no Comendatio em junho, e obviamente para celebrar aquele foi um dos melhores concertos do ano passado.

Música a destacar: And Plague Flowers the Kaleidoscope

Ouve aqui!


‘Nocturnal’ dos The Black Dahlia Murder

Uma das melhores bandas actuais do Death Metal Melódico. E este é talvez um dos melhores álbuns do grupo.

Música a destacar:  Everything Went Black

Ouve aqui!


‘The Antichrist’ dos Destruction

Um dos big 4 do Thrash Alemão, e vai passar por cá já em junho. Este é para mim o melhor álbum da banda (e eles têm muitos atenção).

Musica a destacar: Nailed to the Cross

Ouve aqui!


Top 5 músicas de Abril


“Born to Late” dos Saint Vitus


“New Orleans is the New Vietnam” dos Eyehategod


“Integral Birth” dos Cynic


“Quintessence” dos Darkthrone


“Erotamania” dos Dream Theater


Top 6 Nacional de Abril


ANZV

para fãs de: Behemoth ou Belphegor


Dallian

para fãs de: Opeth ou Fleshgod Apocalypse


Capela Mortuária

para fãs de: Slayer ou Kreator


Aoidos

para fãs de: Enslaved


Toxikull

para fãs de: Judas Priest, Motorhead e Iron Maiden


Resurge

para fãs de: Morbid Angel ou Obituary


Porque as nossas bandas também merecem um destaque! Há tanto talento por aqui, que às vezes acaba por se manter camuflado no ruído de fundo. Mas aqui ficam essas 6 bandas maravilhosas (eu disse que iam ser 5, só que o blog é meu, e quem manda sou eu eheh), que irão dar muito que falar (algumas já andam a dar há alguns anos).


Foi um mês muito variado em termos musicais (como na verdade costumam ser). Antevejo que os próximos irão focar-se nas bandas que virão aos festivais de verão, e que ou não conheço tão bem, ou desconheço-as por completo.

E pronto, é isto que é o verdadeiro Peso do Metal.

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