Queens of the Stone Age a mostrar quem manda em palco
O cartaz, deste ano, do NOS Alive impunha uma certa inveja a muitos festivais, ainda assim foi pela mão da banda da Califórnia que nos foi entregue a cereja no topo do bolo multicamada, que foi este maravilhoso festival.
Nesta tour não houve “Singing in The
Rain” ou a soundtrack do clássico filme A Clockwork Orange, o mote seria
dado pela voz de Peggy Lee sob a música “Smile”. E começaria de seguida com “No
One Knows” do mítico álbum temático Songs for the Deaf – e estava feito, agora
ninguém nos pararia, nem à banda que mostrava vontade de tocar, nem aos
milhares que confluíram para o passeio marítimo de Algés à procura de emoções fortes
em formato musical.
Mostraram a todos os hereges musicais que QOTSA é a igreja a seguir com poderosa canção “My God is The Sun” do igualmente poderoso álbum …Like Clockwork, e não abandonaríamos este álbum pois seguir-se-ia “Smooth Sailing” com aquele épico groove, tornando impossível a todos os presentes que não se abanassem ritmicamente.
A banda de stoner rock, de som idiossincrático, iria mostrar-nos que também os temas do recentíssimo álbum In Times New Roman… conseguem iluminar os nossos corações e entregaram o 2º single “Carnavoyeur”. E chegaríamos ao momento em que ninguém consegue ficar parado, ou minimamente indiferente – “The Way You Used to Do”, do álbum Villains, e todo o NOS Alive dançou como se não houvesse amanhã. Emoção entra pelos ouvidos, emoção emite-se pelos corpos. Felicidade ilumina os rostos de todos os presentes. A pele arrepia-se, e só há uma coisa a fazer – dançar e curtir, seja coordenado ou completamente caótico, pouco importa pois a alegria transborda e contagia todos (até os mais céticos da sonoridade do rock acabam por se render de modo pavloviano). A manterem a sonoridade do …Like Clockwork iriam brindar-nos com: “If I Had a Tail” deixando um recado para sermos quem quisermos ser nas nossas vidas – o povo de Algés aplaude a mensagem e sente cada palavra proferida por Josh Homme; “I Sat by the Ocean”, olhando primeiramente para a vista marítima possível do palco principal do festival.
Chegaria o momento de todos os
apaixonados se juntarem à banda numa simbiose calorosa com a canção do Era
Vulgaris “Make It Wit Chu”. Momento lindo. Todos em uníssono iriam juntar-se à
banda para cantar o emocionante refrão da música, deixando a banda bastante comovida. Passaríamos ao 1º single do novo álbum “Emotional Sickness” e todos
mostraram que sabiam, apesar de ainda recente, a letra da música. Depois, iriamos
viajar até 2005 para o álbum Lullabies to Paralyze com “Little Sister”.
A organização faz sinal a Josh e
aos restantes para que se apressem, e toquem a última música do show. No
entanto, Josh, Troy, Dean, Michael e Jon, têm outro plano. E Josh verbaliza em
bom Inglês, que ninguém lhes diz o que fazer, e como tal, não irão tocar mais uma,
mas sim... duas músicas – e que duas! Entramos na reta final, os fãs preparam-se
para dar tudo nestes últimos minutos. E para finalizar voltamos ao álbum de
2002 Songs for the Deaf com “Go With the Flow” e “Song for the Dead”. O público
vibra a uma frequência humanamente impossível de conceber, estão em êxtase
incontrolável. A felicidade daqueles sorrisos meio escondidos pelas franjas de
cabelos que escorrem pelos seus semblantes, não conseguem enganar ninguém. Os
olhos brilham sempre que as luzes se cruzam com os seus olhares penetrantes para
o palco, que se encontra a uns míseros metros. A pele de galinha inflama de dentro para fora à medida
que a sonoridade penetra de fora para dentro. Foi um pouco mais de uma hora de
pura musicalidade, mas para mim e provavelmente para os milhares que migraram
para o palco principal, pareceram apenas 5minutos – pura viagem.
QOTSA chegou e arrasou. QOTSA
chegou e mostrou quem manda no palco. A banda ficou emocionada com o público português,
como já é costume, e com certeza que quererão regressar o mais rapidamente possível,
esperemos que desta vez não tenhamos de esperar mais 5 anos.
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